The Cloverfield Paradox – Netflix
Mais um dos filmes Originais Netflix, The Cloverfield Paradox é um filme de ficção científica que mistura elementos de horror e suspense.
E assim como outros dos inúmeros originais Netflix, como The Silence, o resultado é uma história promissora e uma cara produção que é praticamente desperdiçada em um filme ruim.
No caso de The Cloverfield Paradox, ao menos, existe uma boa desculpa. É que a produtora, Bad Robot Productions, fez este como o terceiro filme de uma série, sendo os anteriores Cloverfield – O Monstro e Cloverfield, Rua 10.
Os três filmes da série Cloverfield compartilham tramas apocalípticas com monstros e histórias nada convencionais. Mas vamos falar da série em um outro momento, para voltar a esse que é seu terceiro filme.
Ele começa bastante promissor, com a humanidade à beira do colapso e uma estação espacial com uma inovação científica que pode solucionar o problema de energia na Terra, que provocou o caos.
Porém, quando a história sai do convencional e poderia se desenvolver em uma trama brilhante, ela vai da perplexidade de quem está assistindo com os rumos que ela toma, ao ridículo de cenas totalmente absurdas e fora de contexto.
Para tentar explicar, vou apenas comentar alguns absurdos, portanto, saiba que a partir daqui haverão spoilers consideráveis.
Atenção: Spoilers!
Tudo começa quando o acelerador de partículas espacial, que prometia resolver o problema de energia do planeta, causa algum tipo de perturbação no espaço-tempo, que no filme é chamado de Paradoxo Cloverfield (não, essa não é algum tipo de teoria real).
Esse evento faz com que duas realidades paralelas, universos paralelos, passem a coexistir. A estação espacial Cloverfield vai para uma outra realidade, quase idêntica à original.
Só que, no filme, os distúrbios causados por essas duas existências coexistindo, não fazem sentido algum, cientificamente falando, caindo em clichês dos piores filmes de suspense e horror, todos misturados, numa confusão desconcertante.
Para se ter uma ideia, uma peça da nave acaba misteriosamente dentro do estômago de um dos tripulantes. E eles descobrem isso através do braço de outro tripulante (sim do braço), que é misteriosamente engolido por uma parede da nave.
O braço, vivo, faz menção de que quer escrever. Colocam uma caneta na mão e ela começa a rabiscar como um médium, escrevendo onde a peça está. Qualquer semelhança com A Família Adams é mera coincidência.
A coisa é tão ridícula, que o comandante da estação chega a dizer em um ponto: “Essa estação está nos matando”. Como se a estação espacial tivesse se transformado em um ser inteligente disposto a matá-los.
E o pior é que as mortes, uma após a outra, lembrando até mesmo o filme Alien, O Oitavo Passageiro, acontecem de forma como se realmente a nave fosse um ser diabólico de um filme de terror.
Mais pro final, o filme se transforma naqueles trillers, com um vilão perseguindo o último mocinho restante, tentando ludibriá-lo com uma psicologia barata que o faz relembrar a sua família.
Enfim, The Cloverfield Paradox é uma bagunça total, um horror, não me reportando ao gênero cinematográfico. Quando acabou, eu realmente não conseguia acreditar no rumo que deram à uma história de ficção científica tão interessante e promissora.
Mas existem entusiastas desse estilo, que parece ser um padrão da série Cloverfield, algo absolutamente intencional. Preciso ver os outros dois, só pra checar.